domingo, 22 de junho de 2008

Gasolina, Tratados e Velocidade

Desde já começo por pedir desculpa pelo atraso no artigo, mas a nossa ligação de internet ficou retida num contentor num camião que foi ameaçado caso prosseguisse para o nosso modem. Esta situação que vivemos na semana passada foi, talvez, o maior paradoxo que nós condutores já vivemos.


Eu passo a explicar: nunca houve melhor altura para conduzir e, simultaneamente, nunca houve pior altura para conduzir. Confusos? Bem, vamos decompor isto. Nunca houve altura melhor para se conduzir um automóvel ligeiro porque não haviam camiões nas estradas, mas por outro lado, como eles estavam a reter todo o nosso precioso néctar para o motor, era também a pior altura para se conduzir, porque não queríamos ficar sem combustível.


Tudo isto porque o nosso querido governo recusa admitir que os três milhões de euros por litro de super 95 é de facto culpa do imposto sobre o combustível. Como estes impostos são uma percentagem - e uma larga percentagem - o Governo ganha mais por cada aumento que aparece. E o pior é que não admitem isto, porque em parte são aldrabões e gatunos, e por outro, porque são políticos. É mais forte do que eles.


Notem, com isto não estou a ilibar as petrolíferas, especialmente a GALP, cujo CEO terá de certeza o último apelido de "Lúcifer", que manipulam os preços mesmo depois dos nossos amigos das arábias dizerem que estes estúpidos preços do barril de petróleo se deve a pura especulação. Eles próprios se condenaram com o anúncio de apoio à Selecção Nacional. O autocarro não era movido a "energia positiva", eles pediram aos adeptos para empurrarem porque nem a Federação tem dinheiro para atestar um animal daqueles com gasóleo para chegar à Suíça.


O que mais irrita é que nós pagamos € 1,50 por litro apenas por sermos Portugueses, pior ainda, por nos meterem no mesmo cesto que, digamos, os franceses - que também se rendem às evidências, sem grande surpresa - por sermos Europeus. Os nuestros amigos da República de Chavez pagam a gasolina a menos de 1c por litro. Porque é que não enchemos um superpetroleiro com gasolina lá e abastecemos directamente do barco?


Agora querem fazer de nós cidadãos europeus da região de Portugal, distrito de Espanha. Tudo porque fizeram um tal Tratado de Lisboa onde pessoas estupidamente bem pagas assinaram o que parecia ser um livro de cheques e disseram "Se algum dos países membros disser não, nós não avançamos com isto!". Agora que o "não" foi dito, vieram com a história do "Ah... Pois, vamos lá ver, nós não dissemos bem que não avançávamos... Ou se dissemos não era nesse sentido." Cambada de inúteis.


Bem, mas isto é um site sobre carros, e voltando ao assunto da gasolina da empresa do senhor Eng. Lúcifer, parece que cada vez mais os nossos amados superdesportivos parecem redundantes, um molho de sonhos de rapazes, apenas material para pósteres no quarto de míudos como todos nós já fomos que adormeciam a pensar no som do motor de um Lamborghini Countach. Como é que eu posso expressar a minha opinião quanto a isto? Erm... Nem por sombras!


Eles estão cá desde que dois tipos compraram carros nos primórdios do automóvel e disseram "aposto que chego ao fim da rua primeiro que tu". O Governo tenta impingir os comboios e os metros, que andam a pilhas, e autocarros a gás natural que cheiram a urina de vagabundos e cujos botões de "stop" eu tenho nojo de premir, o que me leva a ir até ao terminal de muitas carreiras de autocarros, por exemplo. Mas ainda há um grupo de engenheiros teimosos que anotam o que todos dizem ser impossível, e dão a volta à questão até conseguirem fazê-lo.


A nova paixão do Duarte é o Ferrari 430 Scuderia, desde que eu lhe dei as tristes notícias que o Lamborghini Gallardo Superleggera deixou de ser feito. O Mac fez então uma curta viagem mental de Sant'Agata Bolognese até Maranello. Curiosamente, perdeu-se três vezes e teve que parar e perguntar como se chegava à fábrica da Ferrari.


Compreendo-o perfeitamente, e ele é de nós os três o que melhor sabe escolher desportivos. A minha paixão é o DB9, que é "apenas" um Grand Tourer. Este Aston é para mim a versão automóvel da Joss Stone - inglês, lindo, e com um som que nos faz tremer o coração. A paixão do David, para além da cerveja, é o Vanquish S, que não deixa de ser mais feio que o DB9 e a caixa não obedece quando queremos reduzir a relação. O Scud do Duarte é, de todos os nossos meninos, o que melhor se comporta numa estrada secundária - quase tão bem como se comportaria na mais exigente pista automóvel do mundo.


Ele precisa de saber que o manettino não é exactamente como as opções na Playstation. Se ele escolher o modo de desligar o CST - que eu não faço a mínima ideia do que significa - é preciso o maior par de huevos deste lado do atlântico. E convém saber o que se faz.


O Scud é 100 quilos mais leve que o F430, o V8 é um pouco mais potente - mais 20cv que elevam a potência total para 510cv - e todo o conjunto de modificações faz com que este seja um dos mais espectaculares carros que já vi. E se acham que o som que sai do DB9 é impressionante, no Scud é como se tivessem conseguido enfiar um tenor gordo em cada um dos escapes. É uma sensação única.



Eu sou honesto, se tivesse dinheiro para gastar num Ferrari, seria muito provavelmente o 599, pois é um Grand Tourer, motor dianteiro e é um 2+2. Não que eu planeie andar com mais do que duas pessoas no carro, mas é sempre bom ter a opção. E a suspensão é mais suave, mais adaptada às estradas do dia-a-dia.


O que é de fazer salientar é que nós não somos doidos pela velocidade da maneira que os leigos pensam. Não somos como aqueles jovens de crista feita de gel que se juntam ao pé do trancão para se picarem - com o quê não faço a mínima ideia - e pescarem umas quantas taínhas. Ou até aqueles que se julgam a reencarnação de Ayrton Senna e correm na Ponte Vasco da Gama com coisas que já foram Seats Leon e Fords Focus.


A velocidade que nós gostamos é aquela que podemos experimentar no local certo, na estrada nacional deserta, onde temos pequenas rectas e curvas que são de facto desafios, travarmos o mais tarde possível e acelararmos de novo ainda na curva. As rectas onde esses jovens se picam com os seus super TDI cor-de-laranja com faixas rosa são, muito francamente, para meninos. É como comparar a Fórmula 1 com o NASCAR. Nós também fazemos curvas para a direita.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Curtas!

Novidades





Seat Ibiza


Finalmente chega o novo Polo espanhol, com o styling actual da linha Seat. Chega a tempo de competir com o Fiesta, e com os já veteranos Fiat Grande Punto, Opel Corsa e Renault Clio. Nós ainda não sabemos se gostamos, vamos esperar até testá-lo.







BMW X6

Como se o Porsche Cayenne não chegasse para encher as garagens de todos os futebolistas e tias de Cascais. Boa mecânica, computadores para tudo, confortável - e o maior feito que os tipos da BMW conseguiram foi fazer um carro mais feio que o Cayenne. Recomendamos a quem quiser um X6 que compre um X5, mas acho que vamos ver imensos destes crossovers nas estradas nos próximos meses...





Mercedes CLC

Quando a Mercedes nos brindou com o novo C, achámos que era mais feio que o anterior, muito "vamos imitar a BMW". Mas em termos mecânicos era soberbo. Esperam uma revolução para o CLC? Desenganem-se. Por baixo deste fato Armani, continua o C Sport Coupe. O que não é mau, porque o Sport Coupe era um bom carro e, ao usar a plataforma antiga, permite ao CLC ter um preço mais baixo e fazer frente ao Série 1.



A chegar...
Novo VW Golf
Nissan GT-R
Lancia Delta

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Por um mundo melhor?


Entre Maio e Junho deste mês várias coisas ocupam a mente dos jovens, coisas essas como a chuva, que está fora de época e tipos de cabelo comprido com cheiro duvidoso vos dirão que tudo isto é culpa dos Range Rovers e dos churrascos ao domigo e que todos nós deviamos andar de bicicletas feitas de bambú e comer apenas cogumelos e ervas daninhas. Outro tópico discutido pela juventude de hoje é o Europeu - o calendário dos jogos, a melhor cerveja para acompanhar a transmissão e para que lado é que o Cristiano Reinaldo arruma a casa. Honestamente, o futebol só vale a pena assistir se estivermos com amigos e uma grade de loiras frescas ao nosso lado. Loiras frescas como a escandinava Victoria Silvstedt por exemplo. E chegamos então ao maior assunto de todos, o Rock in Rio.

O Rock in Rio é um festival de música onde vários jovens de todos os panoramas sociais se juntam para fazer lixo e dormir na relva

Para aqueles de vocês que vivem em cavernas no Afeganistão e a vossa ligação à internet quase que por milagre apenas vos deixa aceder a este site, o Rock in Rio é um festival de música onde vários jovens de todos os panoramas sociais se juntam para fazer lixo e dormir na relva. Admito, de facto, que este ano os concertos têm sido muito bons (com a excepção de uns tais Residencial Tokio), e que estou agora a ver em directo o concerto do Rod Stewart, que continua sensacional embora as calças de cabedal e a camisa entalada não sejam exactamente moda no resto da década. O melhor de tudo são as músicas e a violinista e a saxofonista, mas pronto, vejam depois uma das cerca de trezentas repetições que irão para o ar na próxima semana.


Todo este negócio "por um mundo melhor" não é tão bom quanto parece. Tudo bem que eles utilizam electricidade vinda do vento e lâmpadas feitas com faíscas do martelo de Thor, mas se virem bem a quantidade de copinhos de plástico, pratinhos de papel e pilhas utilizadas nas máquinas fotográficas que são gastos nestes concertos, a coisa fica má para o macaco-uivador da baixa amazónia ou o urso polar malhado da lapónia. Sim, é verdade. Os fiéis da igreja do Greenpeace protestem quanto quiserem.


O problema é que os tipos em velhos barcos a diesel que deitam tanto fumo para a atmosfera como o Miguel Sousa Tavares a fumar depois de um bom almoço, vestidos com fatos impermeáveis brancos e armados com bolas de tinta e filosofias mal-cozidas se opõem à energia nuclear porque esta "mata gatinhos por telepatia" segundo um comunicado oficial da organização. Meus senhores, se não querem enriquecer companhias como a Galp, que penso neste momento fazer cerca de um gazilião de euros por segundo, deixem o urânio andar livre pelas paisagens. Se o fizerem, o preço do petróleo desce porque as centrais termoeléctricas deixam de consumir e os tais "cinco litros" que restam no subsolo (mais uma vez, segundo fontes oficiais).

O avô destas máquinas é o Toyota Prius - uma carroça divina que funciona a sorrisos e é refrigerada por sopros de hamsters


Tipos como estes só se movem na estrada em grandes carroças puxadas por cavalos mágicos que não emitem gases ou em coisas chamadas híbridos. O avô destas máquinas mágicas é o Toyota Prius - uma carroça divina que funciona a sorrisos e é refrigerada por sopros de hamsters. O problema com tais fabulosas máquinas é que não são tão económicas quanto os japoneses verdes querem fazer parecer. De facto, por detrás do depósito de sorrisos e do radiador de hamsters está um motor 1.6 a gasolina. E pior ainda, os alemães, ignorando toda aquela coisa do Eixo que se falava nos anos 40, fizeram um carro mais económico e - senhores ecologistas, sentem-se - não tem motor eléctrico. Pois é, os gentis tipos da Volkswagen fizeram ein Golf 1.9 TDI que consome muito pouco, mesmo. Este Bluemotion, como lhe chamam os alemães, é o melhor para quem quer salvar as focas bebés e os icebergs e coisas assim.


Os híbridos são então o Rock in Rio sobre rodas - até que têm boas intenções, mas não chegam a concretizá-las. O Prius é um género de Roberta Medina - bem intencionado, até que permanece calado durante toda a coisa mas acaba apenas por dar dinheiro à organização. E em termos de condução temo que sejam maus. Mesmo. Ao ponto de eu preferir certas actividades a conduzi-los, como aprender norueguês num curso intensivo de 301 fáceis lições ou montar andaimes por desporto.
E em termos de condução temo que sejam maus (...) ao ponto de eu preferir certas actividades a conduzi-los, como aprender norueguês num curso intensivo de 301 fáceis lições ou montar andaimes por desporto.

Volto então à verdadeira alternativa, este pequeno carro germânico que calou os defensores dos carros a pilhas. Desafio todos os que se preocupam com o termómetro global a comprarem um. Daqui a nada estão a usar a espaçosa mala do Golf para trazer tijolos e a levá-los para a construção da central nuclear portuguesa. JN